sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Galápagos tem 10 anos para ser salvo de desastre ecológico , diz especialista

Construção e invasão de espécies ameaçam animais como o iguana
As Ilhas Galápagos, no Equador, têm apenas uma década para serem salvas de um desastre ecológico, alertou o diretor da Fundação Charles Darwin, Gabriel Lopez.

Em uma entrevista exclusiva à BBC para marcar os 200 anos do nascimento do cientista britânico Charles Darwin, Lopez disse que o arquipélago pode sofrer danos irreversíveis se o turismo na região não for contido.

Ele pediu medidas imediatas, como a limitação do número de visitantes às ilhas.

Galápagos é famoso por abrigar tesouros naturais únicos no mundo e por ter servido de base de observações para que Darwin desenvolvesse a sua teoria da evolução, mostrada no livro A Origem das Espécies, que também em 2009 completa 150 anos.

'Boom'

No ano passado, o número de turistas em Galápagos atingiu um recorde de 173 mil visitantes - quatro vezes mais do que há 20 anos.

O movimento levou a um boomda construção de hotéis e um aumento na "importação" de suprimentos vindos do território continental do Equador.

O resultado é um crescimento vertiginoso do número de espécies de animais "estranhos" entrando nesse ecossistema tão frágil - em 1900, havia 112 espécies registradas; mas em 2007, o total chegava a 1.321.

"O arquipélago ainda é o mais preservado do mundo", reconheceu Lopez. "Mas se essa tendência continuar, a riqueza das ilhas vai ser perdida."


No porto do principal vilarejo, Puerto Ayora, estivadores levam caixas e sacos de arroz e milho de navios cargueiros para lanchas que, em seguida, os distribuem pelas ilhas.

O aeroporto da ilha de Baltra, o único do arquipélago, às vezes comporta seis voos por dia - o dobro do que oito anos atrás.

Todos os aviões são pulverizados com inseticidas antes de aterrissar, mas alguns insetos sobrevivem. Um dos mais agressivos é a formiga-lava-pés, que ataca filhotes de aves e tartarugas jovens, e cuja marcha de uma ilha para outra parece inexorável.

Outra ameaça é uma espécie de mosca parasita, que ataca pintassilgos e mosquitos - que por sua vez podem acabar servindo de vetores para doenças conhecidas no continente mas que ainda não chegaram às ilhas.

Governo

O governo do Equador desenvolveu um plano de ação para tentar conter o problema, mas foi criticado pela Unesco, que em 2007 classificou Galápagos como patrimônio mundial em perigo.

Diante disso, as autoridades estão introduzindo medidas mais rígidas.

O diretor do Parque Nacional de Galápagos, Edgar Muñóz, reconhece que as espécies invasoras são a principal ameaça às ilhas, mas disse que as ações do governo vão resolver a ameaça.

"Esperamos que os problemas diminuam no espaço de 50 anos", disse ele à BBC.

Tentativas já adotadas anteriormente, como o sacrifício de bodes que comiam as plantas que serviam de alimento a tartarugas gigantes, se mostram bem-sucedidas. Mas especialistas alertam que eliminação de alguns insetos será bem mais difícil.

Para o Equador, Galápagos representa uma grande fonte de renda, mas será necessário encontrar um equilíbrio para preservar o que faz as ilhas serem tão especiais.

Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Narguilé equivale a 100 cigarros, mostra estudo

São Paulo -
Os aromas doces de maçã, morango, hortelã e a água que queima o tabaco dão a impressão de que se trata de algo que não vai causar mal. Mas um estudo da Universidade de Brasília (UnB), divulgado este mês, mostra que uma sessão de narguilé equivale a nada menos do que fumar 100 cigarros. A quantidade de fumaça e substâncias tóxicas inaladas nos dois casos é a mesma.
O cachimbo d’água tem concentrações de nicotina que giram em torno de 4% enquanto o cigarro tem em média 2% da substância. Além disso, segundo o pneumologista Carlos Alberto Viegas, autor do estudo, as sessões de narguilé, de até 80 minutos, expõem o fumante por mais tempo aos malefícios do tabaco. Um cigarro comum costuma ser consumido em oito minutos. São 12 baforadas contra 200. “Resolvi estudar o assunto porque fiquei preocupado com o desconhecimento da população”, disse.
Entre eles está o de que a água aquecida filtra as impurezas do tabaco. Mas apenas 5% das substâncias são retidas, de acordo com os dados levantados pelo pesquisador. Outra falsa informação que circula entre os adeptos do narguilé é de que ele não vicia. As altas concentrações de nicotina denunciam o engano. Também se deve levar em consideração que o ato de compartilhar a biqueira com outras pessoas pode transmitir doenças como herpes e hepatite.

Ritual

Os adolescentes são os que mais têm se rendido ao ritual do narguilé. Nos finais de semana, antes da balada, é comum trocar a água por vodca ou whisky, e ficar bêbado enquanto fuma. No ano passado, uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia em São Paulo identificou que 16% dos estudantes de ensino fundamental e médio em São Paulo já tinham experimentado o fumo. “O jovem é atraído pelo ritual, semelhante ao do cachimbo da paz”, diz a psicóloga do comitê antifumo da SBC, Silvia Cury. “E além disso, eles têm a aprovação dos pais, que desconhecem os malefícios do produto.” As informações são do Jornal da Tarde.

Fonte: Abril

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Consumo de quetamina aumenta entre jovens britânicos

A ketamina é um anestésico usado em pessoas e animais
Jovens nas grandes cidades britânicas estão consumindo cada vez mais quetamina, um tranqüilizante de cavalos que pode causar alucinações e levar à paralisia do usuário, segundo um estudo feito pela entidade beneficente britânica DrugScope.
Segundo a organização, os usuários estão ingerindo doses maiores e, além de cheirar o pó e tomar comprimidos da droga, muitos estão injetando a substância direto na veia para efeitos mais fortes.

O aumento no uso da quetamina foi verificado em nove de 20 áreas pesquisadas, entre elas, nas cidades inglesas de Londres, Birmingham, Bristol e Sheffield.

Drogas estabelecidas, como cocaína, maconha e ecstasy, continuam, no entanto, sendo as preferidas dos britânicos.

Mas uma estimativa divulgada pelo Ministério do Interior revela que, entre as quatro principais drogas usadas por pessoas entre 16 e 59 anos no país, quetamina é a única a registrar um aumento no consumo em 2007 e 2008.

Clubber

A quetamina foi declarada ilegal pelas autoridades britânicas há três anos, após ter sido verificado um aumento de sua popularidade como droga de recreação.

Seu uso médico, em baixas doses, como anestésico ou tranqüilizante de cavalos, continua sendo permitido por lei.

Uma pesquisa feita pela revista da DrugScope, Druglink, revelou que, à medida em que o preço da droga cai, usuários fazem experiências com doses cada vez maiores.

O preço de um grama de quetamina caiu cerca de um terço nos últimos três anos, custando hoje cerca de RS$ 68, a metade do preço de um grama de cocaína.
A droga é particularmente popular nas pistas de dança britânicas.

Em doses baixas, o usuário pode ficar eufórico, sentir ondas de energia e possivelmente sinestesia - ou seja, "ver" sons e "ouvir" cores.
Para intensificar seus efeitos, muitos vêm injetando a droga, o que aumenta os riscos de infecções por vírus.

Doses mais altas podem levar à paralisia do usuário. Ele pode sofrer alucinações, vivenciar realidades múltiplas e uma sensação de dissociação consigo próprio e com os outros. Alguns dizem ter tido a sensação de estar fora do próprio corpo.

Acidentes
Os pesquisadores verificaram que, apesar do aumento no uso de quetamina, este ainda é baixo quando comparado ao consumo de drogas como maconha, cocaína e êxtase.
Segundo a DrugScope, por seu efeito intenso, a droga desperta reações de amor e ódio: muitos não gostam da quetamina.
Ela foi associada às mortes de 23 pessoas entre 1993 e 2006. Mas a entidade esclarece que as mortes foram resultado de desorientação por parte do usuário, levando a acidentes, e não como conseqüência de seus efeitos tóxicos.
O diretor da DrugScope, Martin Barnes, disse que os jovens subestimam os perigos associados à droga.
"Os danos da quetamina aumentam consideravelmente em doses altas e os que a injetam ainda correm o risco de se expor ao vírus da hepatite C e ao HIV".

Depoimento

Em entrevista à revista Druglink, uma usuária, hoje com 35 anos, disse que começou a tomar a droga aos 16.
Ela explicou que quem vê um usuário vomitando, rolando pelo chão, incapaz de falar, não sabe que, internamente, a pessoa está tendo alucinações maravilhosas.
Mas hoje acha que a quetamina deve mesmo ser proibida, porque muitos de seu grupo acabaram ficando dependentes da droga e ainda hoje sofrem para se livrar do hábito.

Fonte: BBC Brasil

Pesquisadores criam porcos transgênicos em avanço para transplantes

Os órgãos dos porcos causam reação mais fraca em humanos
Pesquisadores de uma universidade em Munique, no sul da Alemanha, conseguiram criar porcos geneticamente modificados cujas células provocam uma reação relativamente fraca do sistema imunológico, quando em contato com o organismo humano.
O experimento abre caminho para um possível transplante de órgãos desses animais em pessoas.

O novo tecido suíno geneticamente modificado apresenta proteção contra células que compõem o sistema imunológico humano.

Os pesquisadores trocaram um tipo de molécula na superfície das células de porco por um substituto de origem humana.

Passo importante

Os mecanismos naturais de defesa do organismo tornam impossível até agora o transplante de órgãos animais em humanos.

Normalmente, células de defesa destruiriam em poucos dias um órgão de porco implantado em uma pessoa, segundo Elisabeth Weiss, imunologista da Universidade Ludwig Maximilians, de Munique.

Ela é integrante da equipe que desenvolveu o projeto, cujos resultados foram publicados na edição de janeiro da publicação científica Transplantation.

Nas experiências com o novo tecido, foi verificada uma reação do sistema imunológico humano que pode ser tratada por meio de medicamentos.

Os órgãos suínos geneticamente modificados dessa forma ainda não são próprios para transplantes. Os cientistas ainda têm que vencer outras barreiras imunológicas do corpo humano.

Mas, de acordo com Weiss, a modificação que já foi feita nas células dos porcos constitui um passo importante para que um dia órgãos de porcos possam ser usados em humanos.

“Ainda é um caminho longo até que os órgãos possam ser aproveitados”, reconheceu a pesquisadora. “Mas acho que, no caso de alguns órgãos, a idéia já não é mais um sonho de ficção científica.“

Desde os anos 90 a ciência tenta tornar porcos doadores de órgãos apropriados para humanos, lembrou Elisabeth Weiss.

“Porcos comem de tudo, como a gente, e seus órgãos têm mais ou menos as mesmas dimensões que os nossos.”

Fonte: BBC Brasil