Pessoal, essa reportagem mostra a tentativa dos diferentes países em lidar com a questão do aumento na concentração de gás carbônico atmosférico e suas consequências para o clima mundial.
Vale a pena dar uma lida por ser um tema recorrente nos vestibulares!!!!!
Boa leitura!!
A tecnologia foi criticada por algumas organizações ambientalistas , por conta do risco de vazamentos.
BERLIM - O governo alemão aprovou um projeto de lei que permitirá o desenvolvimento de um programa de testes em três depósitos para o armazenamento subterrâneo permanente do dióxido carbono, o principal gás causador do efeito estufa, gerado por usinas produtoras de eletricidade.
"As centrais elétricas de carvão só têm futuro se forem prejudiciais para o meio ambiente", afirmou o ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, na companhia do ministro da Economia, Karl-Theodor zu Guttenberg.
A tecnologia, chamada Captura e Armazenagem de Carbono (CCS, na sigla em inglês) pode, na opinião de Gabriel, oferecer uma nova perspectiva para as centrais termelétricas que queimam carvão.
O Grupo dos Oito países mais industrializados, o G8, do qual a Alemanha faz parte, concordou, no ano passado, em estabelecer pelo menos 20 centrais de testes dessa tecnologia, até 2010, para estabelecer sua viabilidade comercial até 2020.
A CCS consiste na captura das emissões de contaminantes industriais, para evitar que cheguem à atmosfera, e sua transferência, por meio de gasodutos, para antigos poços de gás ou petróleo.
A tecnologia foi criticada por algumas organizações ambientalistas que chama atenção para os riscos de vazamento dos gases para a atmosfera ou de contaminação do subsolo.
O ministro alemão disse que a aprovação dos testes não representa "um cheque em branco", afirmando que a lei estabelece padrões elevados de segurança ambiental.
Segundo estudos da Agência Internacional de Energia (AIE), a captura e armazenagem de carbono poderia responder por 20% do esforço necessário para reduzir as emissões de CO2 até 2050.
FONTE: ESTADO DE S. PAULO
Esse é mais um espaço para aqueles que procuram algo a mais na biologia: curiosidades, dicas para o vestibular, exercícios extras entre outras coisas mais!! Um abraço a todos e aproveitem!
terça-feira, 5 de maio de 2009
A VIDA É CURTA MAS VALE A PENA
Por Herton Escobar: repórter do Estado de S. Paulo
Imagine só: outro dia, uma colega no jornal me perguntou se era verdade que as borboletas vivem só 24 horas. Respondi que não sabia, mas que iria descobrir e escrever um artigo a respeito. Pois aqui está.
Fui buscar a resposta com o entomólogo Marcelo Duarte, especialista em Lepidoptera (o grupo de insetos que inclui borboletas e mariposas) do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Segundo ele, o tempo de vida varia muito entre as espécies - há 160 mil conhecidas no mundo. Em média, pode-se dizer que as borboletas vivem de duas a quatro semanas no estágio adulto, depois que saem da pupa. Mas há, de fato, algumas espécies de mariposa (não de borboleta) cujas fêmeas adultas vivem até menos do que 24 horas. Elas saem do casulo, copulam, põem seus ovos e morrem - tudo no espaço de um único dia.
Além de ser uma curiosidade, esse fato abre caminho para uma interessante discussão filosófica sobre o sentido da vida. Nós, seres humanos, bichos dotados de cérebros ultracomplexos, cheios de emoção e que vivemos em uma estrutura social também altamente complexa. Inventamos um monte de motivos para viver que vão além de simplesmente comer e se reproduzir - como é a regra na maior parte do mundo animal. Queremos ser felizes, namorar, nos divertir, conseguir um bom emprego, ganhar dinheiro, viajar para lugares exóticos, formar uma família, comprar uma casa na praia, etc.
Mas e quanto à mariposa "Jack Bauer", cuja vida se resume a copular, dar à luz e morrer em menos de 24 horas ... o que ela ganha com isso? Qual a razão dela existir? O mundo natural está cheio de exemplos curiosos desse tipo. Muitos insetos vivem anos, outros vivem apenas algumas horas, dias ou semanas. Na costa leste dos EUA, há uma espécie de cigarra que vive enterrada no solo, dormente, e só eclode para a superfície a cada 17 anos. Obedecendo a uma sincronia biológica perfeita, milhões dessas cigarras "brotam" da terra ao mesmo tempo, fazendo uma algazarra tremenda, e, mesmo depois de 17 anos enterradas, não perdem tempo com besteiras: copulam, botam seus ovos e morrem alguns dias depois. Missão cumprida! Outra curiosidade: assim como na espécie humana, a expectativa de vida varia entre os sexos. Via de regra, as fêmeas vivem mais do que os machos. O que faz sentido ... afinal, são elas que cuidam das crianaças e garantem a perpetuação da espécie. O macho é quase descartável: só serve mesmo para inseminar a fêmea. Tanto que, em muitas espécies de insetos, o macho morre espontaneamente após a cópula - ou é devorado pela fêmea, como ocorre com algumas espécies de aranha e louva-a-deus.
Entre as formigas, há até uma hierarquia demográfica, pelo que me conta o professor Beto Brandão, também do Museu de Zoologia da USP. A formiga rainha vive até uns 20 anos; as operárias, cerca de 1 ano; e os machos, coitados, morrem bem jovenzinhos, de exaustão, logo após o vôo nupcial, que consome todas as suas energias. Missão cumprida!
Mesmo entre mamíferos e aves, animais que vivem bastante e gozam de uma vida social mais estruturada, o macho raramente participa da criação dos filhos. O negócio é inseminar o maior número de fêmeas possível, e elas que se virem depois para criar e defender a prole. Seja qual for o tempo de vida ou a espécie, a questão filosófica permanece. Qual o propósito da vida de uma minhoca? O que motiva um pepino do mar a se arrastar pelo leito marinho em busca de comida? Qual a graça na vida de uma lesma? O que o leão faz além de comer zebras, procriar e dormir? Uma resposta estritamente evolucionista é que não há propósito.
As espécies surgem e evoluem espontaneamente e aleatoriamente, com base em variações genéticas e pressões ambientais que transformam todos os seres vivos ao longo do tempo. A minhoca não sofre de crise existencial por ser uma minhoca. Ela simplesmente é. Richard Dawkins, autor do clássico (e polêmico) "O Gene Egoísta", diria que é tudo culpa do DNA - que os organismos nada mais são do que "veículos" geneticamente programados, usados pelos genes para se propagar no tempo e no espaço. A mariposa e a cigarra vivem por um único propósito: passar seus genes adiante. Ou seja: fazer mais mariposas e mais cigarras. Missão cumprida!
Pense nisso a próxima vez que olhar para um borboleta. A vida é curta, e pode ser cruel, mas vale a pena.
Imagine só: outro dia, uma colega no jornal me perguntou se era verdade que as borboletas vivem só 24 horas. Respondi que não sabia, mas que iria descobrir e escrever um artigo a respeito. Pois aqui está.
Fui buscar a resposta com o entomólogo Marcelo Duarte, especialista em Lepidoptera (o grupo de insetos que inclui borboletas e mariposas) do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Segundo ele, o tempo de vida varia muito entre as espécies - há 160 mil conhecidas no mundo. Em média, pode-se dizer que as borboletas vivem de duas a quatro semanas no estágio adulto, depois que saem da pupa. Mas há, de fato, algumas espécies de mariposa (não de borboleta) cujas fêmeas adultas vivem até menos do que 24 horas. Elas saem do casulo, copulam, põem seus ovos e morrem - tudo no espaço de um único dia.
Além de ser uma curiosidade, esse fato abre caminho para uma interessante discussão filosófica sobre o sentido da vida. Nós, seres humanos, bichos dotados de cérebros ultracomplexos, cheios de emoção e que vivemos em uma estrutura social também altamente complexa. Inventamos um monte de motivos para viver que vão além de simplesmente comer e se reproduzir - como é a regra na maior parte do mundo animal. Queremos ser felizes, namorar, nos divertir, conseguir um bom emprego, ganhar dinheiro, viajar para lugares exóticos, formar uma família, comprar uma casa na praia, etc.
Mas e quanto à mariposa "Jack Bauer", cuja vida se resume a copular, dar à luz e morrer em menos de 24 horas ... o que ela ganha com isso? Qual a razão dela existir? O mundo natural está cheio de exemplos curiosos desse tipo. Muitos insetos vivem anos, outros vivem apenas algumas horas, dias ou semanas. Na costa leste dos EUA, há uma espécie de cigarra que vive enterrada no solo, dormente, e só eclode para a superfície a cada 17 anos. Obedecendo a uma sincronia biológica perfeita, milhões dessas cigarras "brotam" da terra ao mesmo tempo, fazendo uma algazarra tremenda, e, mesmo depois de 17 anos enterradas, não perdem tempo com besteiras: copulam, botam seus ovos e morrem alguns dias depois. Missão cumprida! Outra curiosidade: assim como na espécie humana, a expectativa de vida varia entre os sexos. Via de regra, as fêmeas vivem mais do que os machos. O que faz sentido ... afinal, são elas que cuidam das crianaças e garantem a perpetuação da espécie. O macho é quase descartável: só serve mesmo para inseminar a fêmea. Tanto que, em muitas espécies de insetos, o macho morre espontaneamente após a cópula - ou é devorado pela fêmea, como ocorre com algumas espécies de aranha e louva-a-deus.
Entre as formigas, há até uma hierarquia demográfica, pelo que me conta o professor Beto Brandão, também do Museu de Zoologia da USP. A formiga rainha vive até uns 20 anos; as operárias, cerca de 1 ano; e os machos, coitados, morrem bem jovenzinhos, de exaustão, logo após o vôo nupcial, que consome todas as suas energias. Missão cumprida!
Mesmo entre mamíferos e aves, animais que vivem bastante e gozam de uma vida social mais estruturada, o macho raramente participa da criação dos filhos. O negócio é inseminar o maior número de fêmeas possível, e elas que se virem depois para criar e defender a prole. Seja qual for o tempo de vida ou a espécie, a questão filosófica permanece. Qual o propósito da vida de uma minhoca? O que motiva um pepino do mar a se arrastar pelo leito marinho em busca de comida? Qual a graça na vida de uma lesma? O que o leão faz além de comer zebras, procriar e dormir? Uma resposta estritamente evolucionista é que não há propósito.
As espécies surgem e evoluem espontaneamente e aleatoriamente, com base em variações genéticas e pressões ambientais que transformam todos os seres vivos ao longo do tempo. A minhoca não sofre de crise existencial por ser uma minhoca. Ela simplesmente é. Richard Dawkins, autor do clássico (e polêmico) "O Gene Egoísta", diria que é tudo culpa do DNA - que os organismos nada mais são do que "veículos" geneticamente programados, usados pelos genes para se propagar no tempo e no espaço. A mariposa e a cigarra vivem por um único propósito: passar seus genes adiante. Ou seja: fazer mais mariposas e mais cigarras. Missão cumprida!
Pense nisso a próxima vez que olhar para um borboleta. A vida é curta, e pode ser cruel, mas vale a pena.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE A GRIPE SUÍNA
Infectologistas em todo o mundo estão trabalhando para responder a casos de gripe suína no México, nos Estados Unidos e no Canadá, além de suspeitas em outros países. Entenda o que é a doença e quais seus riscos.
O que é a gripe suína?
É uma doença respiratória que atinge porcos causada pelo vírus influenza tipo A, que tem diversas variantes. Algumas das mais conhecidas são a H1N1, a H2N2 e a H3N2.
O atual surto, que teve início na América do Norte, é provocado por uma versão mutante do vírus H1N1 capaz de infectar humanos e se propagar de pessoa para pessoa.
Quais são os sintomas da gripe suína?
Os sintomas da gripe suína em humanos parecem ser semelhantes aos produzidos por gripes comuns, sazonais.
Esses sintomas incluem febre, tosse, garganta inflamada, dores pelo corpo, sensação de frio e fadiga.
Esta doença no México é um novo tipo de gripe suína?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que alguns dos casos registrados são formas não conhecidas da variedade H1N1do vírus Influenza A.
Ele é geneticamente diferente do vírus H1N1 que vem atacando humanos nos últimos anos e contém DNA associado aos vírus que causam as gripes aviária, suína e humana, incluindo elementos de viroses europeias e asiáticas.
Os vírus da gripe têm a capacidade de trocar componentes genéticos uns com os outros, e parece provável que a nova versão do H1N1 resultou de uma mistura de diferentes versões do vírus, que podem normalmente afetar espécies diferentes no mesmo animal hospedeiro.
Os porcos normalmente oferecem uma condição boa para que esses vírus se misturem.
O quanto as pessoas devem se preocupar?
Quando um novo tipo de vírus da gripe aparece e adquire a capacidade de ser transmitido de pessoa para pessoa, é monitorado de perto para verificar seu potencial de gerar uma epidemia global, ou pandemia.
A Organização Mundial da Saúde advertiu que, considerados em conjunto, os casos no México e nos Estados Unidos podem gerar uma pandemia e afirma que a situação é séria.
Porém os especialistas dizem que ainda é muito cedo para avaliar completamente a situação.
Atualmente, eles dizem que o mundo está mais perto de uma pandemia do que em qualquer época após 1968.
Ninguém conhece todo o impacto potencial de uma pandemia, mas especialistas advertem que poderia custar milhões de vidas em todo o mundo.
A pandemia de gripe espanhola, iniciada em 1918 e também causada por um tipo de vírus H1N1, matou 50 milhões e infectou 40% da população mundial.
Mas o fato de que em todos os casos registrados nos Estados Unidos os sintomas eram leves pode ser encorajador.
Isso sugere que a gravidade do foco no México pode ser resultante de algum fator específico ligado à localização - possivelmente um segundo vírus não relacionado que circula na comunidade.
Outra hipótese é de que as pessoas infectadas no México podem ter buscado tratamento num estágio posterior da doença.
Também pode ser o caso de que a forma do vírus circulando no México seja ligeiramente diferente da registrada em outros lugares, mas isso só poderá ser confirmado por análises de laboratório.
Também há a esperança de que, como os seres humanos são normalmente expostos a formas do H1N1 por meio de gripes sazonais, nossos sistemas imunológicos já estão preparados para combater a infecção.
Porém o fato de que muitas das vítimas serem jovens aponta para algo incomum. As gripes sazonais normais tendem a afetar mais os idosos ou os bebês.
O vírus pode ser contido?
O vírus parece já ter começado a se espalhar pelo mundo, e muitos especialistas acreditam que a sua contenção, numa era de viagens aéreas fáceis, deverá ser muito difícil.
A gripe suína pode ser tratada?
As autoridades americanas dizem que duas drogas geralmente usadas para tratar casos de gripe, Tamiflu e Relenza, se mostraram úteis no tratamento de casos que aconteceram até agora.
Porém esses remédios devem ser ministrados nos estágios iniciais da doença para terem efeito.
O uso desses medicamentos também torna mais difícil que pessoas infectadas passem o vírus para outros.
Ainda não está claro que efeito as atuais vacinas podem ter para oferecer proteção contra o novo tipo do vírus, já que ele é geneticamente diferente de outros tipos.
Uma vacina foi desenvolvida em 1976 para proteger os seres humanos de um tipo de gripe suína.
Porém a vacina provocou efeitos colaterais graves, com mais mortes por causa da vacina do que por causa do foco de gripe.
O que eu devo fazer para me proteger?
Qualquer pessoa com sintomas de gripe e que podem ter tido contato com o vírus da gripe suína, como aqueles que moram em áreas afetadas do México ou viajaram para o país, devem procurar ajuda médica.
Mas os pacientes não devem ir a clínicas médicas, para evitar transmitir a doença para outras pessoas. Em vez disso, elas devem ficar em casa e contactar seus serviços de saúde para receber recomendações.
Nesta segunda-feira, a União Europeia recomendou aos seus cidadãos que evitem viajar às áreas afetadas pela doença.
Que medidas posso tomar para evitar a infecção?
Evite contato com pessoas que parecem não estar bem e que tenham febre e tosse.
Medidas comuns para se evitar infecções e de higiene manual podem ajudar a reduzir a transmissão de viroses, incluindo a gripe suína em humanos.
Estas medidas podem ser simples como cobrir a boca e o nariz quando tossindo ou espirrando, usar um lenço de papel quando possível e jogando-o fora logo após o uso.
É importante também lavar as mãos frequentemente com água e sabão para evitar que o vírus se propague de suas mãos para a face ou para outra pessoa. Outra providência é limpar a maçaneta de portas com frequência, usando produtos normais de limpeza.
Ao cuidar de uma pessoa gripada, o uso de máscara cobrindo o nariz e a boca diminui o risco de transmissão.
É seguro comer carne de porco?
Sim, não há evidência de que a gripe suína pode ser transmitida ao se comer carne de animais infectados.
Mas é essencial que a carne tenha sido cozida direito. Uma temperatura acima de 70°C mataria o vírus.
E a gripe aviária?
O tipo de vírus da gripe aviária responsável pela morte de algumas centenas de pessoas no sul da Ásia nos últimos anos é diferente do da gripe suína.
O vírus da atual gripe suína é o H1N1 e o da gripe aviária é oH5N1.Especialistas temem que o H5N1 tem o potencial de gerar uma pandemia por causa de sua capacidade de mutação rápida.
Mas até agora, ela permanece de forma geral uma doença de pássaros.
Os humanos infectados, sem exceção, trabalhavam em contato próximo com pássaros e casos de transmissão entre humanos são extremamente raros. Não há indícios de que o H5N1 tem a habilidade de ser transmitido facilmente de uma pessoa à outra.
O que é a gripe suína?
É uma doença respiratória que atinge porcos causada pelo vírus influenza tipo A, que tem diversas variantes. Algumas das mais conhecidas são a H1N1, a H2N2 e a H3N2.
O atual surto, que teve início na América do Norte, é provocado por uma versão mutante do vírus H1N1 capaz de infectar humanos e se propagar de pessoa para pessoa.
Quais são os sintomas da gripe suína?
Os sintomas da gripe suína em humanos parecem ser semelhantes aos produzidos por gripes comuns, sazonais.
Esses sintomas incluem febre, tosse, garganta inflamada, dores pelo corpo, sensação de frio e fadiga.
Esta doença no México é um novo tipo de gripe suína?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que alguns dos casos registrados são formas não conhecidas da variedade H1N1do vírus Influenza A.
Ele é geneticamente diferente do vírus H1N1 que vem atacando humanos nos últimos anos e contém DNA associado aos vírus que causam as gripes aviária, suína e humana, incluindo elementos de viroses europeias e asiáticas.
Os vírus da gripe têm a capacidade de trocar componentes genéticos uns com os outros, e parece provável que a nova versão do H1N1 resultou de uma mistura de diferentes versões do vírus, que podem normalmente afetar espécies diferentes no mesmo animal hospedeiro.
Os porcos normalmente oferecem uma condição boa para que esses vírus se misturem.
O quanto as pessoas devem se preocupar?
Quando um novo tipo de vírus da gripe aparece e adquire a capacidade de ser transmitido de pessoa para pessoa, é monitorado de perto para verificar seu potencial de gerar uma epidemia global, ou pandemia.
A Organização Mundial da Saúde advertiu que, considerados em conjunto, os casos no México e nos Estados Unidos podem gerar uma pandemia e afirma que a situação é séria.
Porém os especialistas dizem que ainda é muito cedo para avaliar completamente a situação.
Atualmente, eles dizem que o mundo está mais perto de uma pandemia do que em qualquer época após 1968.
Ninguém conhece todo o impacto potencial de uma pandemia, mas especialistas advertem que poderia custar milhões de vidas em todo o mundo.
A pandemia de gripe espanhola, iniciada em 1918 e também causada por um tipo de vírus H1N1, matou 50 milhões e infectou 40% da população mundial.
Mas o fato de que em todos os casos registrados nos Estados Unidos os sintomas eram leves pode ser encorajador.
Isso sugere que a gravidade do foco no México pode ser resultante de algum fator específico ligado à localização - possivelmente um segundo vírus não relacionado que circula na comunidade.
Outra hipótese é de que as pessoas infectadas no México podem ter buscado tratamento num estágio posterior da doença.
Também pode ser o caso de que a forma do vírus circulando no México seja ligeiramente diferente da registrada em outros lugares, mas isso só poderá ser confirmado por análises de laboratório.
Também há a esperança de que, como os seres humanos são normalmente expostos a formas do H1N1 por meio de gripes sazonais, nossos sistemas imunológicos já estão preparados para combater a infecção.
Porém o fato de que muitas das vítimas serem jovens aponta para algo incomum. As gripes sazonais normais tendem a afetar mais os idosos ou os bebês.
O vírus pode ser contido?
O vírus parece já ter começado a se espalhar pelo mundo, e muitos especialistas acreditam que a sua contenção, numa era de viagens aéreas fáceis, deverá ser muito difícil.
A gripe suína pode ser tratada?
As autoridades americanas dizem que duas drogas geralmente usadas para tratar casos de gripe, Tamiflu e Relenza, se mostraram úteis no tratamento de casos que aconteceram até agora.
Porém esses remédios devem ser ministrados nos estágios iniciais da doença para terem efeito.
O uso desses medicamentos também torna mais difícil que pessoas infectadas passem o vírus para outros.
Ainda não está claro que efeito as atuais vacinas podem ter para oferecer proteção contra o novo tipo do vírus, já que ele é geneticamente diferente de outros tipos.
Uma vacina foi desenvolvida em 1976 para proteger os seres humanos de um tipo de gripe suína.
Porém a vacina provocou efeitos colaterais graves, com mais mortes por causa da vacina do que por causa do foco de gripe.
O que eu devo fazer para me proteger?
Qualquer pessoa com sintomas de gripe e que podem ter tido contato com o vírus da gripe suína, como aqueles que moram em áreas afetadas do México ou viajaram para o país, devem procurar ajuda médica.
Mas os pacientes não devem ir a clínicas médicas, para evitar transmitir a doença para outras pessoas. Em vez disso, elas devem ficar em casa e contactar seus serviços de saúde para receber recomendações.
Nesta segunda-feira, a União Europeia recomendou aos seus cidadãos que evitem viajar às áreas afetadas pela doença.
Que medidas posso tomar para evitar a infecção?
Evite contato com pessoas que parecem não estar bem e que tenham febre e tosse.
Medidas comuns para se evitar infecções e de higiene manual podem ajudar a reduzir a transmissão de viroses, incluindo a gripe suína em humanos.
Estas medidas podem ser simples como cobrir a boca e o nariz quando tossindo ou espirrando, usar um lenço de papel quando possível e jogando-o fora logo após o uso.
É importante também lavar as mãos frequentemente com água e sabão para evitar que o vírus se propague de suas mãos para a face ou para outra pessoa. Outra providência é limpar a maçaneta de portas com frequência, usando produtos normais de limpeza.
Ao cuidar de uma pessoa gripada, o uso de máscara cobrindo o nariz e a boca diminui o risco de transmissão.
É seguro comer carne de porco?
Sim, não há evidência de que a gripe suína pode ser transmitida ao se comer carne de animais infectados.
Mas é essencial que a carne tenha sido cozida direito. Uma temperatura acima de 70°C mataria o vírus.
E a gripe aviária?
O tipo de vírus da gripe aviária responsável pela morte de algumas centenas de pessoas no sul da Ásia nos últimos anos é diferente do da gripe suína.
O vírus da atual gripe suína é o H1N1 e o da gripe aviária é oH5N1.Especialistas temem que o H5N1 tem o potencial de gerar uma pandemia por causa de sua capacidade de mutação rápida.
Mas até agora, ela permanece de forma geral uma doença de pássaros.
Os humanos infectados, sem exceção, trabalhavam em contato próximo com pássaros e casos de transmissão entre humanos são extremamente raros. Não há indícios de que o H5N1 tem a habilidade de ser transmitido facilmente de uma pessoa à outra.
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